Não queria falar disto. Esforcei-me por manter a distância - estou um bocadinho farta do reductio ad crise -, mas é preciso ter estômago para depois de uma vida de trabalho árduo e honesto assistir sem pestanejar ao corte de partes substanciais dos nossos rendimentos, quando não dos nossos empregos. Pior ainda são as explicações que se encontram para o nosso estado de crise. Seria consequência das falhas morais dos nativos. Preguiçosos, dizem eles.
Somos os turcos de Sarrazin, os ciganos de Sarkozy, os mexicanos sem ética trabalhadora de Huntington.
Somos os turcos de Sarrazin, os ciganos de Sarkozy, os mexicanos sem ética trabalhadora de Huntington.
3 comentários:
de acordo
Quem falou em preguiça? Eu só ouço isso em Portugal. É o que pretendemos que os outros pensam sobre nós. É a nossa imagem do que os outros pensam. O que ouço é que existem problemas estruturais e má orientação. São coisas diferentes.
Pedro
Pedro,
A conversa da preguiça começou com Angela Merkel que nos mandou trabalhar, gozar menos férias e ir para a reforma mais tarde. É uma ideia - a de que os europeus do sul trabalham menos do que os do norte - que se tem repetido, sobretudo em relação aos gregos.
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