Ao ler as caixas de comentários onde se discute a problemática da burqa reparo que o comentário mais recorrente é deste género:
Se querem andar de véu que vão para o país delas.
Há uma multidão desejosa de espalhar este pedaço de alma por tudo quanto é sítio, não apenas cá mas também nos sites estrangeiros. Que se passa com as pessoas? Acham que é sexy? Das 1.900 mulheres que usam o véu em França, dois terços são francesas e um pouco menos da metade são-no de segunda e terceira geração. Mas mesmo que assim não fosse, este tipo de comentário continuaria a não ser inteligente, a nada acrescentar ao debate e a ser revelador de uma mente profundamente chata.
via Liberation
sábado, 30 de janeiro de 2010
chatos
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4 comentários:
Acho os dados sobre a idade e sobre a conversão recente muito interessantes, porque sugerem, à ppartida (embora seja preciso muito cuidado) uma rellativo probabilidade de serem mulheres concientes a expressar uma coisa que escolheram, voluntaria e militantemente, expressar.
Exactamente, Rita. Acho que todos estamos de acordo num ponto: ninguém quer mulheres obrigadas a usar o véu integral contra a sua vontade, mas é necessário perceber se é essa a realidade em França. Não é fácil porque quem a isso é obrigada possivelmente não tem liberdade para o dizer e acabamos por ouvir apenas as que o fazem de livre vontade. De qualquer forma, os números dão-nos pistas.
Outro aspecto importante e que tem sido ignorado nos debates que tenho seguido, é o da possibilidade da proibição não só não diminuir a opressão delas como de a aumentar. Andar sem véu não é sinónimo de não violência, apenas deixamos de estar sensíveis a ela porque desaparece da vista o seu símbolo mais forte. Conheço casos no Reino Unido em que usar véu era a única forma de serem "autorizadas" a sair à rua. Para elas era a diferença entre pouca liberdade e liberdade nenhuma. Seria grave se, devido a essa proibição, as mulheres deixassem de ter acesso a determinados serviços, nomeadamente aqueles vocacionados para as ajudar.
Outro erro (grave no meu entender) é a convicção de que são os homens que oprimem. São muitos os que o fazem, mas são também muitas as mulheres que oprimem as mais jovens da família.
Também já tinha pensado (e escrito) sobre esse segundo aspecto, acho incrível quão contra-producente a lei pode ser. Só de pensar que uma mulher de burqa pode ver recusada a entrada num hospital, até se me revolvem as entranhas).
Então aqui vão os nomes dos programadores escolhidos para a Capital Europeia da Cultura 2012, em primeira mão... Rui Massena, José Bastos, Rui Horta, Paulo Brandão, Dario Oliveira, Carlos Martins, João Lopes, João Reis, só não sei os outros 3...
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