Já tinha estado preso e decidira que a morte era preferível à privação moral e física. Quando vieram de novo prendê-lo fechou-se no escritório e deu um tiro na cara. Destruiu o nariz e o maxilar mas não morreu. Socorreu-se da faca corta-papel e espetou-a no pescoço repetidas vezes sem nunca encontrar uma artéria que o libertasse. Virou-se então para o coração e foi lá que enterrou a faca. Por esta altura já tinha tinta suficiente para uma despedida e de mão firme escreveu com o seu próprio sangue
«Moi, Sebastien-Roch Nicolas de Chamfort, déclare avoir voulu mourir en homme libre plutôt que d'être reconduit en esclave dans une maison d'arrêt.»
O mordomo encontrou-o inconsciente sobre uma poça de sangue. O corpo, que sofria intensamente mas se recusava a morrer, resistiu ainda um ano sob o olhar atento dum polícia a quem Chamfort pagava uma coroa por dia pelos seus serviços.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
maison d'arrêt
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