pelas ruas da cidade porto plenas de sol
multidões, coloridos objectos tradicionais
camisolões de pescador, aventais e blusas bordadas
tapeçarias e toalhas
cestos, vestidos de noiva minhota, negros
bordados a negro desenhando altos relevos
ao lado de pregas miudinhas infindáveis
coletes e saias, chapéus
recordações em pano e madeira.
um sem número de coisas preciosas
põe Viana nas soleiras das portas
para encher os olhos aos turistas.
embrulhada nesse movimento de luz e cor
passeio procurando o rio
que sei hei-de encontrar algures ao fundo das ruas.
fiz quilómetros a pé em círculo no mesmo lugar
em redor da mesma estátua
sob a mesma ideia, o mesmo juízo
o mesmo sentido
e quando por fim encontro o rio
no perfeito estagnar do movimento
seguro a unidade de tempo
que separa o fim do principio.
é minha, a mim pertence
a luz antes de ser do rio.
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