"Os Zo-é, Ruy, até as mulheres partilham, entre eles o ciúme parece não existir, vivem numa espécie de território desnascido ainda antes de havermos caído em desgraça. Não perdem tempo a olhar o erro, a sonhar com o altar, a selar envelopes para concorrerem a prémios, não perdem tempo a admirar um inimaginável sucesso nem a pensar no que possa ser ou não ser o sucesso, pois para eles sucesso não mais há-de ser do que ter o que comer, mulher e crias para dar continuidade a uma forma de vida tão distante e tão viva e, por isso mesmo, tão ameaçada." - publicado no Insónia
os Zo-é têm ferramentas primitivas
a floresta e o rio onde achar alimento
e tudo isso lhes basta.
ah já me esquecia
têm também mulheres e crias.
de que tribo serão essas mulheres?
perderão elas tempo com o erro
de sonhar casamentos com Z-és
esses senhores que as possuirão
sem lhes dar identidade
para dar continuidade
a não ser algo que se é?
mas eu sei que não é assim.
na tribo dos Zo-é
todos são o que são
e nada disto interessa.
é nesta lusa tribo de Zés
onde por vezes tenho vontade
de nunca ter posto os pés.
mais sobre os Zo-é na Revista Galileu
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